A Teoria da Identidade Social (TIS) é uma perspectiva com vocação de grande teoria, tendo em conta a multiplicidade de fenômenos psicossociológicos, incluindo os processos de grupo, que pretende explicar.
Tem a sua origem em autores europeus, tendo vindo a exercer uma influência significativa no campo da Psicologia Social, tornando-se uma presença crescente nas publicações de maior impacto internacional no campo.
A ideia mais revolucionária e perturbadora introduzida pela TIS reside numa nova visão do que é um grupo… Refiro-me ao paradigma do “grupo mínimo” que alarga consideravelmente o conceito de grupo, o qual passa a abranger toda e qualquer situação resultante de uma categorização social. O grupo passa a ser considerado como “cosa mentale”, são os grupos que estão nos indivíduos e não os indivíduos que estão nos grupos.
A ideia mais revolucionária e perturbadora introduzida pela TIS reside numa nova visão do que é um grupo, e isto tanto do ponto de vista ontológico como epistemológico. Refiro-me ao paradigma do “grupo mínimo” que alarga consideravelmente o conceito de grupo, o qual passa a abranger toda e qualquer situação resultante de uma categorização social. O grupo passa a ser considerado como “cosa mentale”, são os grupos que estão nos indivíduos e não os indivíduos que estão nos grupos.
Segue-se que o conceito de Lewin da interdependência deixa de ser, na perspectiva da TIS, uma condição necessária para constituir um grupo. Identicamente para os processos interativos. Tal como Tajfel mostrou nas suas célebres experiências sobre relações intergrupo, a discriminação pode ter lugar através do favorecimento do endogrupo, mesmo quando os membros dos grupos respectivos não se conhecem nem estão em contato com eles.
É habitual considerar que a TIS é essencialmente uma teoria das relações (conflituais) intergrupo, na medida em que postula – e será esse o aspecto fundamental da teoria, um contínuo entre identidade pessoal e identidade social, esta última resultante da multiplicidade de grupos que os sujeitos adotam como referência (autocategorização).
As fronteiras entre endogrupo e exogrupo são desse modo extremamente variáveis e flexíveis, o que confere um caráter estratégico aos comportamentos intra e intergrupo e tem justificado a deriva inevitável para uma psicologia menos social ancorada no individualismo metodológico de Allport.
Ao subalternizar os processos interativos, a TIS ignora, ou pelo menos subestima, o caráter transformador que a dinâmica comunicacional desempenha, principalmente com relação a processos como a decisão de grupo.
Ao reduzir a mediação social a um processo cognitivo e fazendo economia das interações sociais, por via do paradigma de grupo mínimo, reveste-se sem dúvida de um grande potencial heurístico.